amores expresos, blog do Daniel

Dé Domhnaigh 25 Samhain 2007

Diário da chuva em Baile Átha Cliath: Cinco

Conas tá tú? [hoje]
Onde o narrador enfim desiste, agradece e se despede.

Parece que anda chovendo em Dublin depois do outubro mais seco dos últimos cinquenta anos.

Como estou em Porto Alegre há mais de vinte dias, não posso ter certeza.

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Levei esse tempo todo para me convencer que não existe maneira de resumir neste blog a saga dos pirralhos satânicos em sua tentativa de armar uma gigantesca fogueira de Halloween sem chamar a atenção dos gardaí.

Formiguinhas de Samhain é um episódio dentre muitos que estão guardados para o livro, como tantas coisas que observei em Dublin ou que nasceram das minhas observações e participações fugazes e desajeitadas no cotidiano da cidade. E acho difícil o livro ficar pronto antes do último trimestre de 2008.

Paciência1.

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É anticlimático, eu sei. Mas fazer o quê? Assim é a vida, isto aqui não é ficção.

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Tchau, Edgar. Obrigado pelo silêncio. Amigos para siempre etc.

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E bueno, this weblog è finito. Agradeço a leitura.

Como informa o alerta dantesco numa das paredes que marca um dos trocentos limites invisíveis de Dublin, daki pra frente é com vosseis.



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Ou não. Imagino que voltarei a postar alguma coisa relacionada ao livro dublinense por aqui, mas vai levar um bom tempo. Para ser avisado quando isso acontecer, a opção mais sensata e cômoda é assinar o feed do blog.

Slán.


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1 Now, patience; and remember patience is the great thing, and above all things else we must avoid anything like being or becoming out of patience, como nos lembra um dos trechos de Finnegans Wake2 retidos na minha memória catatônica.

2 Mas gosto mesmo, mesmo, é de Flann O'Brien. No saudoso Monty's of Kathmandu, quase fiz o professor de arquitetura da mesa ao lado3 se engasgar quando mencionei que o tio Myles era meu escritor irlandês favorito. Pela reação - HE KNOWS FLANN O'BRIEN! - ele achou o cúmulo do pitoresco um brasileiro conhecer At Swim-Two-Birds. Fazia tempo que eu não me sentia tão Homem-Elefante.

3 Muito simpático, bem falastrão, meio banguela e, dentre outras peculiaridades, divulgador ferrenho de uma teoria segundo a qual a língua portuguesa se originou da love-talk de um rei da França com uma amante espanhola. Algo assim, não lembro bem. Dublinenses.